Tempos Modernos
Paixão, encontros, confusões e humor
Ex-casais que ainda sofrem por paixão, guerra familiar pelo amor (e para alguns, pelo dinheiro) uns dos outros, a dor de ter que guardar o passado em um lugar bem escondido dentro do peito, disputas amorosas vividas por personagens de todas as idades e trapaças para assumir o poder de um gigantesco prédio inteligente localizado no centro de São Paulo.
Essas foram algumas das tramas mostradas nas primeiras cenas de ‘Tempos Modernos’ durante a coletiva de imprensa realizada dia 15 de dezembro, na Central Globo de Produção, no Rio de Janeiro. Reunidos em um dos cenários da novela, o autor, Bosco Brasil, o diretor-geral, José Luiz Villamarim, a produção e o elenco adiantaram um pouco o que está por vir na próxima novela das sete.
A história revela as nuances das relações humanas, em especial o amor entre pai e filha, representados por Leal (Antônio Fagundes) e Nelinha (Fernanda Vasconcellos). O humor é o tempero de ‘Tempos Modernos’, cuja trama se passa no centro da cidade de São Paulo, mais especificamente dentro de um prédio inteligente batizado de Titã. “É vital ir ao centro. Eu observo as mudanças e lembro de momentos importantes que passei por lá. O centro para mim é uma referência”, disse Bosco Brasil ao justificar o porquê da escolha de ambientar a novela no centro antigo paulistano.
O diretor-geral, José Luiz Villamarim, explicou que a novela com vários núcleos: “Há muita ação na história e eu gosto de dirigir tramas assim. Além disso, tivemos tempo para produzir cenas de aventura e com muita movimentação”. Villamarim também contou que o público vai assistir a uma novela quente, com uma iluminação que revela uma São Paulo viva, chamando a atenção para a arquitetura antiga da cidade.
Antônio Fagundes, o protagonista Leal, ressaltou que Bosco Brasil tem um jeito diferente de escrever: “Em uma mesma cena temos vários conflitos. É uma novela suave de se fazer e o meu personagem é muito rico, com valores éticos e familiares interessantes.”
Tempos Modernos, no ar, na Globo, a partir de 11 de janeiro de 2010, é escrita por Bosco Brasil, com colaboração de Maria Elisa Berredo, Mário Teixeira, Izabel de Oliviera e Patrícia Moretzsohn, e supervisão de texto de Aguinaldo Silva.
Leal… até o último fio de cabelo
Nada combina mais com Leal Cordeiro (Antônio Fagundes) do que a palavra intensidade. Com ele não tem meio-termo. Se é para amar, ele se apaixona de verdade; se é para sonhar, ele não desiste até que tudo seja concretizado; e se é para brigar…aí é que ele não dá o braço a torcer mesmo! Persistência e honestidade são outras fortes características deste homem, que fez riqueza com as suas mãos. Leal nunca teve motivos para se envergonhar de qualquer coisa que tenha feito ao longo de sua trajetória. Aliás, até hoje ele se orgulha do passado, dando vida as suas memórias – seja por meio dos amigos mais antigos com quem ainda convive ou através de objetos que coleciona em seu apartamento, localizado no pavimento mais alto do Titã, edifício inteligente erguido por ele.
Uma das manias de Leal, que gosta de ser tratado como rei, pelo menos dentro do Titã, é dizer que nunca volta atrás em suas decisões. Nem mesmo quando percebe que não está com a razão, o patriarca da família Cordeiro não consegue dobrar o orgulho e reconhecer seu erro. Este traço de sua personalidade é a principal justificativa para que Leal e Nelinha (Fernanda Vasconcellos), a filha preferida, volta e meia se estranhem. De tão parecida com o pai, é possível dizer que Nelinha é a versão feminina e mais jovem de Leal. E, como diz o ditado, dois bicudos não se beijam – embora neste caso seja necessário fazer um pequeno ajuste na expressão popular. Eles de fato vivem às turras, mas pai e filha se amam demais, e a mesma forte emoção presente numa discussão pode ser sentida nos momentos de carinho e afeto.
Quem tira Leal do sério são as amalucadas Regeane (Vvianne Pasmanter) e Goretti (Regiane Alves), suas filhas mais velhas. Descontroladas e destrambelhadas, as duas vivem a cometer excessos, que são relevados pelo pai graças à semelhança física que elas têm com a mãe, a falecida esposa de Leal. Goretti e Regeane disputam o amor do pai e não poupam esforços para gastar o dinheiro que ele acumulou durante toda a vida, com muito trabalho. E elas querem mais. A dupla tenta convencer Leal a investir num novo empreendimento no centro de São Paulo, o Titã II, um gigantesco prédio que promete, entre outras coisas, engolir árvores e áreas livres para o lazer dos paulistanos.
“Leal é um brasileiro honesto e muito esforçado. É um homem que aprendeu o que sabe com a vida, longe da educação formal. Ele trabalhou desde os 12 anos de idade e, justamente por isso, anda cansado, embora ainda seja novo. Mas para conseguir aproveitar o que seria sua aposentadoria ele precisa preparar as filhas para herdar o seu reinado. É aí que começa a confusão”, conta Bosco Brasil, autor da novela.
Nelinha é o xodó do pai
Apesar de confrontá-lo muitas vezes, a morena é a filha preferida de Leal
Leal tem três filhas: Goretti, Regeane e Nelinha. Apesar de o grande empresário ser muito dedicado às três, ele não consegue esconder a predileção em relação a Nelinha, pois eles têm princípios éticos muito próximos.
Da mesma forma, Nelinha é louca pelo pai. O maior sonho da astrônoma é descobrir um planeta para batizá-lo de Leal. Esse sonho diz muito sobre a relação dos dois, que tem na emoção o fator determinante para momentos de muita felicidade e outros de intensas discussões. O amor entre Leal e Nelinha é diretamente proporcional à semelhança dos gênios: ambos são excelentes representantes da tribo dos cabeças-duras.
Além da paixão pela astronomia, Nelinha é fã de esportes, principalmente daquelas modalidades que liberam muita adrenalina. Viver às alturas é uma de suas preferências, a exemplo das descidas de rapel. E a moça é firme na queda, mais uma característica parecida com Leal. E quando está na direção de seu jipe, emoção é o que não falta, principalmente para quem pega uma carona, como no caso de Portinho, seu ex-cunhado e amigo inseparável. Nelinha não pode, nem de longe, ser considerada uma motorista cautelosa ou prudente. E esse é um dos motivos que levará Leal a aproximar Zeca de Nelinha, com a intenção de proteger a filha das enrascadas em que se envolve. Mas o que a filha preferida de Leal não espera é ser pega pelas vontades do coração e vai acabar se apaixonando por Zeca.
Paixão antiga
Com passado misterioso, Leal e Hélia vivem uma relação de amor e ódio
O poderoso empresário Leal Cordeiro e a ex-bailarina e dona de uma academia de dança Hélia Pimenta foram bastante próximos no passado. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu, mas o fato é que o grande ódio que eles revelam sentir um pelo outro só pode representar um sentimento de paixão que não foi superado.
Quando Leal construiu o gigantesco edifício Titã ficou com 1.499 imóveis do edifício. O único apartamento que não pertence a ele é o de Hélia Pimenta. O fato gera infinitas desavenças entre os dois, pois ela cisma em exigir reuniões de condomínio, que conta apenas com a sua presença e de Leal. Talvez esses encontros sejam apenas um simples motivo para ficar mais perto de seu grande amor, mesmo sabendo que ambos saem chamuscados toda vez que se veem.
Hélia é mãe de Zeca, que já tentou de todas as formas, possíveis e imagináveis, descobrir quem é seu pai. Mas a ex-bailarina se nega a contar o paradeiro e a identidade deste homem. E esse não é o único segredo que ela esconde. Hélia estudou dança em Cuba e rodou o mundo com seus espetáculos, mas abandou a carreira por motivos nunca bem esclarecidos.
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