

Segredos, vinganças, intrigas e traições costuram as relações de amor e ódio em ‘Meu Bem, Meu Mal’ -sucesso de Cassiano Gabus Mendes. Ambientada em São Paulo, a história tem como tema central o embate de poder entre familiares pelo comando da Venturini Designers. Produzido em 1990, pela Globo, o folhetim substituirá “Cambalacho”.
Lima Duarte é Dom Lázaro, um dos protagonistas, patriarca da família Venturini. O personagem ficou marcado pela clássica frase “Eu quero melão”, a primeira dita por ele assim que recupera a fala, após um grave problema de saúde. No elenco, saudosos nomes como Jorge Dória, Yoná Magalhães, Marcos Paulo e Armando Bógus. A trama conta com interpretações como as de Nívea Maria, José Mayer, Stênio Garcia, Cássio Gabus Mendes, Adriana Esteves, Lisandra Souto, Lídia Brondi, Guilherme Karan, Luma de Oliveira, entre outros. “Meu Bem, Meu Mal” destaca ainda a atuação de Fábio Assunção, Silvia Pfeifer, Mylla Christie e da comediante Zilda Cardoso, estreantes em novelas.
“Meu Bem, Meu Mal” reúne mocinhos e vilões por todos os lados. A começar dentro da casa dos Venturini, família liderada por Dom Lázaro (Lima Duarte). Sócio majoritário da Venturini Designers, ele é obrigado a conviver com o inescrupuloso Ricardo Miranda (José Mayer), fruto da traição de sua falecida esposa, Maria Helena, com seu melhor amigo. Dom Lázaro faz de tudo para tomar os 30% das ações que Ricardo tem da empresa. Para piorar a relação estremecida entre os dois, o chefe da família descobre que o enteado mantém um caso com Isadora (Silvia Pfeifer), sua nora e viúva de seu filho, Claudio (Herson Capri). Chocado, ele sofre um derrame, perde a fala e alguns movimentos, e, ao longo da trama, fica preso a uma cadeira de rodas.
A aparição de Valentina (Yoná Magalhães), irmã de Dom Lázaro, causa muitos atritos na família. A convite dele, Valentina assume o lugar do falecido sobrinho na Venturini Designers, interferindo nos planos da ambiciosa Isadora, que sonha em assumir a diretoria da firma. Mãe de Marco Antônio (Fábio Assunção) e Vitória (Lisandra Souto), Isadora mescla charme e elegância ao temperamento dissimulado.
E o clima de vingança vai além da mansão Venturini. Berenice (Nívea Maria) é uma manicure esforçada e de temperamento forte, que não mede esforços para proteger sua filha, Fernanda (Lídia Brondi). A menina namora Marco Antônio (Fábio Assunção), mas Isadora (Silvia Pfeifer) não aceita o relacionamento, por eles serem de classes sociais diferentes, e faz com que o filho termine tudo com Fernanda. Ao ver o sofrimento da filha, Berenice arma um plano e convence o amigo Doca (Cássio Gabus Mendes) a se passar por um jovem poderoso para seduzir Vitória (Lisandra Souto), filha de Isadora. As cenas em que Doca vira Eduardo Costabrava são hilárias e rendem boas risadas ao folhetim. O plano conta ainda com o apoio da socialite Mimi Toledo (Isis de Oliveira), que dá aulas de etiquetas e boas maneiras para Doca se inserir na alta sociedade. Ela é ressentida por já ter sido apaixonada por Claudio (Herson Capri), ex-marido de Isadora. Mas, quando menos espera, Doca se envolve de verdade com Fernanda.
A personagem de Adriana Esteves é mais uma que tem sede de vingança. O alvo de Patrícia Mello é Ricardo Miranda (José Mayer), que enganou e faliu seu pai, Felipe Mello (Armando Bógus), no passado. Patrícia é calculista e se aproxima de Jéssica (Mylla Christie), filha de Ricardo, apenas para seduzi-lo. A moça só não imaginava que se apaixonaria de verdade e viveria um conflito de amor e ódio com ele. E as armações parecem fazer parte da família Mello. Patrícia é irmã de João Manoel (Edson Fieschi), um jovem ambicioso e decidido a dar um golpe do baú.
O tom de comédia de “Meu Bem, Meu Mal” fica por conta da parceria de Guilherme Karan e Vera Zimmermann. Porfírio é o caricato mordomo e secretário pessoal de Dom Lázaro (Lima Duarte). Obcecado por Magda (Vera), amiga de Vitória (Lisandra Souto), o personagem caiu nas graças do público ao usar o bordão “divina Magda”, sempre que encontrava sua musa inspiradora. Fofoqueiro, Porfírio sempre se intrometia nos assuntos dos Venturini.
Outros nomes da nova geração da época também se destacaram em “Meu Bem, Meu Mal”: Adriana Esteves, Lisandra Souto e Edson Fieschi. “Engraçado, todas as pessoas que me reconhecem e comentam algo sobre meu trabalho falam da Vitória. O público realmente acompanhava a novela, se comovia e entrava na história. Marcou bastante!”, lembra Lisandra.