Kubanacan: República de Bananas


Foto do gal. Camacho (Humberto Martins)
Kubanacan era uma “república de bananas”, caracterizada por problemas econômicos, políticos e sociais, como corrupção, empreguismo, coronelismo e inchaço da máquina pública. Qualquer semelhança com o Brasil e outros países da América Latina não era mera coincidência, afinal a novela era uma sátira política. Esse era o contexto da comédia-pastelão de Carlos Lombardi, ambientada na década de 1950, em uma fictícia ilha caribenha, região de sol, salsa e muita sensualidade. As confusões amorosas da trama ficaram por conta dos personagens Esteban (Marcos Pasquim), Marisol (Danielle Winits), Enrico (Vladimir Brichta), Lola (Adriana Esteves) e Rubi (Carolina Ferraz).

Kubanacan é uma república desde o século XIX, mas eleições presidenciais são um fato raro em sua história, mais afeita a golpes de Estado. A região é produtora de bananas – que aparecem na composição da maioria dos pratos da ilha –, e todos os outros produtos consumidos pela população são importados. Seu desenvolvimento se restringe à capital, La Bendita. O país tem constantes problemas com a ilha vizinha, La Platina, grande produtora de carne bovina. Uma nação acusa a outra de boicotes e espionagem, e essa rivalidade histórica acaba sempre em guerras que camuflam os reais problemas internos que cada uma enfrenta.

Os militares se acostumaram a ditar as regras do país e não agem de outra forma quando, em 1951, três anos após a eleição do professor Rúbio Montenegro (Stênio Garcia), começam a sentir-se incomodados com a benevolência do governo diante dos protestos da oposição. Amante da primeira-dama, Mercedes Montenegro (Betty Lago), o general Carlos Pantaleon Camacho (Humberto Martins) antecipa-se ao golpe que estava sendo planejado pelo Exército e assume o poder após a morte de Rúbio Montenegro – o presidente rola a escada depois de uma briga, após flagrar a mulher com o general. Mercedes é considerada santa pelo povo, pela ajuda humanitária que sempre deu aos necessitados.

Carlos Lombardi partiu de três inspirações para construir a trama de Kubanacan. Como ponto de partida, a novela Que Rei Sou Eu? (1989), de Cassiano Gabus Mendes, ao usar a sátira política como crítica aos problemas encontrados nos países do terceiro mundo; a Cuba pré-Fidel Castro, para contar a história, em tom de comédia, de todos os regimes militares de que tinha conhecimento; e o filme A Identidade Bourne (2002), de Doug Liman, que o ajudou a montar o perfil de Esteban (Marcos Pasquim), um desmemoriado. O mapa de Kubanacan era uma adaptação do mapa da República Dominicana.

Autoria: Carlos Lombardi
Colaboração: Emanoel Jacobina, Margareth Boury, Tiago Santiago e Vinícius Vianna
Direção: Marco Rodrigo, Cláudio Boeckel e Edgard Miranda
Direção-geral: Wolf Maya, Alexandre Avancini, Roberto Talma
Direção de núcleo: Wolf Maya, Roberto Talma
Período de exibição: 05/05/2003 – 24/01/2004
Horário: 19h
Nº de capítulos: 227

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